19 de jun. de 2012


GYPSY -1 – DIAGNÓSTICO COM GENGIBRE

Que o gengibre é ótimo para a garganta todos nós sabemos, mas que ele é capaz de diagnosticar erros em processos cervejeiros e coisa nova. Mediante os erros pre supostos no post anterior, decidi fazer um teste bem amador, mas que me permitiria verificar o comportamento de um líquido fermentando e depois carbonatando na garrafa, assim como simular todo (ou quase todo) o processo de feitura de cerveja caseira artesanal. 


Encontrei pela internet uma receita de “cerveja” de gengibre. Nunca tomei uma, mas pelas leituras que realizei, é um tipo de bebida alcoólica chamada ginger beer, consumida nos Estados Unidos, Canada e Inglaterra. Não sei o que saiu da minha tentativa, alias, não me importa, o que eu queria era ferver algo, resfriar, fazer a trasfega, inocular o fermento, fermentar, fazer o priming e envasar. Cito agora o processo resumido.

Triturei no processador cerca de 300g de gengibre fresco, adicionei a ele raspas de um limão e o suco do mesmo enquanto aquecia na panela 3,5L de água. Pouco antes de atingir fervura, adicionei os ingredientes supracitados com mais 250g de açúcar refinado comum, e deixei que fervesse por 30 minutos.

Ativei o fermento de pão em água morna e preparei as duas garrafas pet que serviriam de fermentadores fazendo um pequeno furo na tampa, onde encaixei duas mangueirinhas com dois tipos de conectores que tenho. Apos o resfriamento e a trasfega para outra panela, o fermento já muito ativo foi despejado no líquido, que foi transferido para as duas garrafas, que foram acondicionadas em local escuro na temperatura média de 20°.

Após duas horas, fui verificar o que andava acontecendo, e não havia bolha alguma sendo expelida pela mangueira, mas ouvi um chiado que me chamou a atenção. Era o líquido fermentando e o CO² estava escapando, visto que os conectores das mangueiras não estavam justos no furo. Resolvido o problema, as bolhas começaram a sair abundantemente no mesmo momento.

Foi aí que percebi que, talvez nossa primeira cerveja tenha dado certo, mas por não saber qual cheiro e qual gosto deveria ter após a fermentação, a dispensamos por não termos verificado manifestação no bobulhador. Como nosso fermentador não estava muito bem vedado, o gás saiu pelos outros vãos, e não pela mangueira. Não fosse isso, talvez hoje tivéssemos nossa cerveja.

Resumindo, esta dúvida vai ficar, mas é claro que vacilamos por falta de experiência e por falta de seriedade nos procedimentos e atenção aos equipamentos. Quanto ao resultado da minha “cerveja” de gengibre, que resolvi apelidar de genGYva, particularmente achei muito ruim, me parece um quentão frio e com pão, ou um sanduiche de gengibre com graduação alcoólica bem alta, mas sem carbonatação. Sei que eu vou beber e vou fazer com que o Fernando e o Hugo bebam também (pelo menos parte dela), será um castigo às nossas papilas gustativas, mas também um alívio para nossas gargantas que tanto falaram sobre o insucesso.

Bruno Bontempo

5 de jun. de 2012

GYPSY -1:
ALGUMAS IMPRESSÕES SOBRE NOSSA PRIMEIRA CERVEJA E NOSSA PRIMEIRA FALHA

Lembram-se de que no post sobre EQUIPAMENTOS, foi mencionado que tivemos alguns “probleminhas” na feitura de nossa primeira cerveja? Pois é, ela falhou. Mas, antes das conjecturas a respeito do que pode ter acontecido, vamos explicar o porquê do nome GYPSY -1 (menos um), e gostaríamos também de vos apresentar o rótulo que fizemos.

O “-1” utilizado para nomear a cerveja se deu pelo fato de que a considerávamos um treinamento, uma antes do ponto zero. Escolhemos fazê-la com extrato ao invés de grãos e a maior parte do nosso equipamento era improvisado, o rótulo foi feito através da técnica da xilogravura, porém, marinheiros de primeira viagem na técnica, escolhemos o MDF por ser uma madeira sintética e mais macia, fácil de manusear, mas que infelizmente não apresenta veios, que dão tanta personalidade à xilogravura. O que pretendíamos com a “-1” era o empurrão inicial, o que não funcionou até certo ponto, mas não podemos dizer que o empurrão que tivemos foi precipício abaixo, pretendemos entender o que deu errado, inclusive aceitamos opiniões e sugestões. O rótulo vai abaixo, primeiro a matriz, e depois um teste de impressão posicionado na garrafa.

 (Perdão pelas fotos não muito boas)

Para evitar um descritivo dos procedimentos, vamos listar aqui algumas impressões a respeito dos possíveis motivos desta falha. Algumas das dificuldades que encontramos durante a feitura desta nossa primeira cerveja foram:

1 – Dificuldade na fervura utilizando fogão doméstico;
2 – Demora no processo de resfriamento;
3 – Possível má vedação do fermentador;
4 – Possível má oxigenação do mosto.
5 – Problemas com o fermento comprado.

As opiniões são controversas entre o grupo (Hugo, Fernando e Bruno), o fato é que a cerveja não fermentou ou fermentou muito pouco. Não foi constatada atividade no airlock, porém, pelo cheiro e pelo gosto, parece ter ocorrido alguma fermentação. Não se pode verificar contaminação, pois, como disse acima, o cheiro não foi prejudicado, mas o gosto era meio azedo. A oxigenação foi realizada despejando o líquido de longe, o que se demonstra eficaz na maioria dos relatos de cervejeiros, logo, surge a possibilidade de que o fermento, por ter ficado por 8 dias em transito pelo correio, possa ter sido danificado pela variação de temperatura.

Por enquanto é tudo hipótese, mas reconhecemos um lado muito bom, que de certa maneira nos conforta da decepção de não podermos provar da nossa primeira “criação”. Nós aprendemos com nossos erros. Mediante tantos pequenos problemas, o que podemos perceber é que temos de ser mais criteriosos e planejar cada detalhe com antecedência. Seguramente esta não será nossa única falha, o que é natural, mas evidentemente, tais condutas não devem se repetir nas próximas tentativas.

Hugo Lemos e Bruno Bontempo